quinta-feira, 21 de julho de 2011

Antigomobilismo vai muito além de hobby e mobiliza setor econômico

Quando o assunto é antigomobilismo, um dos pioneiros em Juiz de Fora é Hugo Carvalho de Oliveira (73 anos). Hugo foi um dos fundadores do Veteran Car Club do Brasil – Clube do Automóvel Antigo de Juiz de Fora, que foi fundado no dia 20 de outubro de 1990: “Éramos 18 no dia da fundação”. Já teve automóveis antigos, mas o que ele curte mesmo é o mercado de pulgas: “Sempre vivi do mercado de peças, me ajudou muito”.


Há 32 anos, Hugo comercializa peças nos mercados de pulgas: “Já tive muita coisa rara. O que tenho de mais antigo é de 1910”. Com um século de peças, Hugo participará do 18º Encontro do Automóvel Antigo de Juiz de Fora, que acontece de 29 a 31 de julho no Expominas Juiz de Fora. “Participo todos os anos e acho muito bom. Gosto muito das companhias, de reencontrar as pessoas, dos contatos”, enfatiza.


Outro juizforano que não faz do antigomobilismo somente um hobby, mas sim uma profissão, é José Jorge Elias Afonso, que possui uma oficina, onde um dos serviços é a restauração de automóveis antigos. Há 20 anos José Jorge faz restauração na sua oficina, sendo referência na cidade. “A melhor coisa é pegar uma sucata e transformar em um automóvel. O presidente do Clube de Juiz de Fora, José Maria, já trouxe três em péssimo estado para restaurar”, conta José Jorge.


De acordo com o mecânico, são cerca de três anos de trabalho em cada veículo: “Alguns carros chegam com muitos problemas. Além disso, tenho que pesquisar, estudar, conseguir as peças para o carro voltar ao original”. José Jorge explica que o mercado de pulgas é fundamental para conseguir essas peças: “Temos contato com os proprietários de peças, temos catálogos de lojas nos Estados Unidos. Já tivemos que fazer uma viagem ao Uruguai para conseguir peça”. De acordo com o mecânico, a restauração é o seu segundo negócio: “Vou levando a oficina e a restauração para viver”.


Capoteiro vive do carro antigo


Pedro Jorge dos Santos Schimit é capoteiro e tem uma oficina que cuida da parte interna de veículos antigos. Com 53 anos, trabalha há 41 com carros: “Eu queria estudar e minha mãe me colocou para aprender em uma oficina”. Antes a sua oficina era de carros novos e antigos, mas ele optou por ficar por conta apenas dos antigos: “Vivo do carro antigo. Parei com os novos para me dedicar ao antigo e dá para viver tranqüilo financeiramente falando”.


Para Pedrinho, o melhor é ver o carro pronto: “Dá prazer e você volta ao passado. Não vivemos lá, mas entro na internet, pesquiso, para ficar igual. Ver ele pronto me dá prazer”. Hoje, Pedrinho está trabalhando na restauração de um Fusca 1959, um Fordinho 1929 e um Buick 1950: “Fora daqui tem mais uns oito carros que estão acabando o serviço de mecânica para vir par cá”. Para fazer um trabalho bem feito, Pedrinho pesquisa em livros de carro antigo para ver como era feito, o material usado, para usar igual.


No último fim de semana do mês, entre 29 e 31 de julho, os amantes do carro antigo de Juiz de Fora e de todo o país estarão reunidos no Expominas, onde estará acontecendo a 18ª edição do Encontro do Automóvel Antigo da cidade, uma das mais importantes exposições de antigomobilismo do Brasil. Este ano o evento integra o calendário oficial das comemorações dos 150 anos da Estrada União & Indústria.


Outras informações: www.automovelantigojf.blogspot.com ou (32) 3233-1229.

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